Para Deleuze, a função do filósofo não é a reflexão nem a contemplação. A função do filósofo é criar conceitos. Para ele, a criação depende de uma ideia. Os criadores criam ideias. Desde o matemático até o cineasta, todos dependem de uma ideia para criar. Ele lembra que existe uma função matemática que se chama a Transformação do padeiro. Você tem um quadrado feito de massa. estique e transforme em um triângulo. Dobre e sobreponha as partes, amasse. Em uma certa altura terás dois pontos que estavam muito próximos e com o movimento ter se distanciado tanto que pode agora estar em um ponto muito distante em relação aquele que estava próximo. E se colocarmos essa ideia matemática para pensar em conhecimento? Kant dizia que por mais que saibamos, jamais saberemos tudo. A dialética e seu movimento contínuo. Morin lida com isso como se fosse uma trama, ideia de complexo. E eu penso que essa ideia da transformação do padeiro une a ideia dialética de movimento e a ideia de complexidade de Morin. Porque as tramas são fixas, não mudam de lugar. Mas se eu tenho uma massa e coloco tinta nela, vejo que se no início eu tenho um ponto amarelo e azul próximos, logo estes pontos se distanciam ou se unem, transformando-se em outra cor. Isso acontece com as revoluções. Elas se movimentam tanto, há tantos conflitos e desejos e dominação que os pontos se distanciam ou se aproximam tanto que podemos até pensar que os discursos são unos. Ou podem parecer que são muito diferentes. Se esse é o movimento natural, não podemos reprimir o espírito revolucionário do indivíduo apenas porque os pontos no final podem parecer que sumiram, mudaram ou se distanciaram. O espírito revolucionário e crítico é o devir.
so para esclarecer, não sou filósofa, nem entendida de nada. Sou mais uma ignorante.